Junho é o mês dedicado à conscientização do lipedema, uma doença vascular crônica, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019, que ainda é pouco diagnosticada, mas afeta entre 10% e 18% das mulheres no mundo. No Brasil, são pelo menos 9 milhões de mulheres, segundo notícia publicada pelo Fantástico.
Além do impacto físico, o lipedema compromete a autoestima e a qualidade de vida das pacientes. Por isso, é essencial que profissionais da saúde e da estética conheçam a condição a fundo, oferecendo um atendimento mais ético, humanizado e tecnicamente embasado.
O que é lipedema?
O lipedema é uma alteração do tecido adiposo subcutâneo que provoca o acúmulo anormal de gordura, especialmente nos membros inferiores (coxas, pernas, tornozelos) e, em alguns casos, também nos braços. Essa gordura é dolorosa ao toque, resistente a dietas e exercícios, e frequentemente confundida com obesidade ou linfedema.
Além do aspecto estético, o lipedema causa desconforto físico e emocional: dor, inchaço, sensação de peso nas pernas, hematomas frequentes e comprometimento da mobilidade.
Como diagnosticar?
O diagnóstico do lipedema deve ser realizado por um médico, preferencialmente um angiologista ou cirurgião vascular, através da avaliação clínica e, em alguns casos, com o auxílio de exames de imagem. No entanto, o profissional de estética pode ser peça-chave na identificação precoce, ao observar sinais clínicos durante atendimentos regulares. Entre os principais indícios estão:
- Acúmulo simétrico de gordura nas pernas e/ou braços, com desproporção visível em relação ao tronco;
- Sensibilidade aumentada ou dor ao toque nas regiões afetadas;
- Inchaço persistente, que tende a piorar ao longo do dia;
- Hematomas espontâneos, mesmo sem trauma aparente;
- Desproporção corporal, com tronco esguio e membros inferiores volumosos, que não respondem a dieta e exercícios físicos.
Quais são os graus de lipedema?
O lipedema é classificado em quatro graus clínicos, que indicam o nível de progressão da doença:
- Grau 1 – Superfície da pele lisa, mas com gordura subcutânea de consistência mais espessa e aspecto semelhante à celulite leve
- Grau 2 – Pele com irregularidades visíveis (casca de laranja), presença de nódulos e início de fibrose.
- Grau 3 – Aumento considerável de volume, com deformidades visíveis e grandes massas de gordura endurecida.
- Grau 4 – Estágio avançado, com associação ao linfedema (lipolinfedema), comprometimento funcional e mobilidade reduzida.
Como tratar o lipedema com apoio da estética?
O tratamento do lipedema deve ser multidisciplinar e contínuo, já que se trata de uma doença crônica e progressiva. Embora a lipoaspiração especializada (lipedema lipoaspiração) e a mudança no estilo de vida sejam abordagens indicadas em casos moderados e avançados, a estética desempenha um papel complementar e altamente relevante na melhora da qualidade de vida, no controle dos sintomas e na prevenção da progressão da condição.
Tecnologias e recursos estéticos que contribuem para o cuidado com o lipedema:
- Drenagem linfática manual ou mecânica
Técnica essencial para aliviar o edema, melhorar a circulação linfática e reduzir a sensação de peso nas pernas. - Pressoterapia: método de compressão pneumática que estimula o retorno venoso e linfático de forma confortável e eficaz. Saiba mais
- Terapia vibro-oscilatória: promove mobilização tecidual suave, contribuindo para o alívio da dor, melhora da circulação e redução da rigidez tecidual.
- Fotobiomodulação (LEDs ou Laser de baixa potência): auxilia na modulação inflamatória, alívio da dor e estímulo da drenagem linfática.
- Ondas de choque: A terapia por ondas de choque extracorpóreas tem mostrado excelentes resultados na redução da fibrose, melhora da microcirculação, diminuição da dor e melhora na elasticidade da pele.
Outras tecnologias, como Ultrassom Terapêutico, Criolipólise, Radiofrequência e Criofrequência, também podem ser consideradas como parte do suporte estético ao tratamento do lipedema. No entanto, é fundamental uma avaliação criteriosa e individualizada para cada caso, respeitando o grau da disfunção, a sensibilidade da paciente e as orientações médicas.
A importância da conscientização
O mês de junho nos lembra que o lipedema existe, precisa ser reconhecido e tratado com seriedade. Para reforçar ainda mais a importância da conscientização, no dia 15 de junho de 2025, a ONG Movimento Lipedema realizará uma mobilização nacional e internacional com pontos de acolhimento em diversas cidades do Brasil e do mundo.
A iniciativa tem como objetivo promover bem-estar, informação e apoio às pessoas que convivem com essa condição crônica. Será um dia marcado pela escuta ativa, troca de experiências e valorização do conhecimento como ferramenta de empatia e transformação.
O slogan da campanha deste ano traduz bem essa proposta:
“Quando você entende, você acolhe.”